Hamas: EUA retiram diplomatas do Catar após impasse nas negociações.

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HamasOs Estados Unidos decidiram retirar a equipe de negociadores que atuava em Doha, pondo fim, ao menos temporariamente, às tentativas de intermediação de um cessar-fogo entre Israel e Hamas.

A medida ocorre após Washington considerar “decepcionante” a última resposta do grupo islâmico, enquanto milhares de toneladas de ajuda humanitária continuam estocadas em Gaza sem distribuição pela ONU.

As tratativas mediadas pelo Catar vinham ocorrendo desde o início do ano com apoio dos Estados Unidos e de outros países árabes.

O objetivo central é selar uma trégua duradoura, viabilizar a troca de reféns e ampliar a entrada de mantimentos na Faixa de Gaza, enclave que enfrenta grave crise humanitária desde a eclosão do mais recente conflito.

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Contexto diplomático e histórico das negociações

Posicionamento oficial de Washington

O vice-porta-voz do Departamento de Estado, Tommy Piggot, anunciou que a delegação chefiada pelo enviado especial Brett Witkoff deixará Doha para “consultas em casa” depois que o Hamas “demonstrou falta de vontade para alcançar um cessar-fogo”.

Piggot ressaltou que, embora os mediadores tenham “empregado grande esforço”, o grupo palestino “não age de boa-fé”.

Repercussões e novos elementos de tensão

Na mesma semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que Paris reconhecerá oficialmente o Estado palestino durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.

A iniciativa, vista pelo governo israelense como “perigosa e diplomaticamente irresponsável”, gerou forte reação em Jerusalém.

Episódio na Espanha agrava clima

Outro foco de atrito envolveu a companhia espanhola Vueling Airlines. Mais de 50 adolescentes judeus franceses foram retirados de um voo em Valência sob alegação de comportamento disruptivo, após cantarem em hebraico.

Autoridades israelenses classificaram o ato como “um dos mais graves incidentes antissemitas dos últimos anos”.

Ajuda humanitária parada na fronteira de Gaza

Na tentativa de rebater críticas crescentes sobre a crise humanitária, as Forças de Defesa de Israel permitiram que jornalistas visitassem o lado palestino da passagem de Kerem Shalom.

Segundo o coronel Abdullah Halaby, responsável pela Administração de Coordenação com Gaza, cerca de 1.000 caminhões cheios de suprimentos encontram-se estacionados aguardando coleta pelos organismos internacionais, volume suficiente para alimentar a população de Gaza por uma semana.

Números e acusações

  • 4.500 caminhões com mantimentos entraram no enclave nos últimos dois meses, de acordo com Halaby.
  • Parte da carga inclui caixas e sacos da Gaza Humanitarian Foundation, entidade norte-americana autorizada por Israel.
  • O oficial acusa o Hamas de “usar a fome como arma” e de “interferir deliberadamente” na logística para criar a imagem de caos.

Durante a visita, repórteres viram “milhões de refeições empilhadas” em um estacionamento logo após a cerca de segurança.

Militares israelenses afirmam que a ONU reluta em assumir a distribuição porque precisaria cooperar diretamente com o Exército israelense.

A postura levanta questionamentos sobre a prioridade da organização: “Alimentar os civis ou criticar Israel?”, indagam autoridades do país.

Vozes externas e impasse crescente

Em artigo publicado no portal Stream.org, o analista de políticas públicas radicado em Marrocos, Amin Ayoub, sustenta que a crise de abastecimento em Gaza “não é apenas fruto da guerra, mas também sabotada ativamente por um grupo terrorista que coloca sua agenda ideológica acima do bem-estar de sua própria população”.

Segundo ele, as chamadas internacionais por mais ajuda precisam vir “acompanhadas de condenação inequívoca ao bloqueio imposto pelo Hamas”.

Com a retirada da equipe norte-americana de Doha, a falta de consenso entre mediadores e a estagnação da ajuda humanitária, o horizonte para um acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns parece, por ora, mais distante.

Enquanto isso, moradores de Gaza seguem dependentes de carregamentos que, embora já em solo palestino, permanecem fora de alcance.

No cenário diplomático, espera-se que o debate sobre o reconhecimento do Estado palestino ganhe força até setembro, intensificando pressões sobre Israel.

Paralelamente, episódios como o da Vueling alimentam denúncias de antissemitismo na Europa, adicionando novas camadas de tensão a um quadro já complexo no Oriente Médio.

Sem progresso visível nas negociações e com a percepção de que o Hamas não cede às exigências de cessar-fogo, Washington sinaliza que buscará “opções alternativas” para resgatar reféns e “estabilizar” a situação dos civis na Faixa de Gaza.

Detalhes sobre essas alternativas, contudo, não foram divulgados.

Até que um novo canal de diálogo seja estabelecido, a pilha de alimentos, medicamentos e suprimentos básicos na fronteira permanece como símbolo de um conflito que, além de militar, se trava também na arena da opinião pública internacional.

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Debora Calegari

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